- 1 Set 2025
Da Candidatura à Rotatividade: Um Desafio Estratégico na Gestão de Talento Jovem no Setor da Saúde
No setor da saúde, onde a continuidade do serviço, a confiança do paciente e a competência técnica são vitais, um fenómeno crescente está a preocupar diretores, gestores e administradores: a quebra de compromisso de jovens talentos ao longo de todo o processo de recrutamento e seleção e integração.
Na Be.Great Pharma, acompanhamos diariamente processos de recrutamento para farmácias, clínicas, hospitais, laboratórios farmacêuticos e outras empresas na área de saúde. O padrão é claro, o problema não se limita à retenção após a entrada. Começa logo no primeiro contacto com o candidato e estende-se até aos primeiros meses de integração, comprometendo diretamente a qualidade do atendimento e a eficiência operacional.
Cinco pontos críticos onde o compromisso falha
- Candidatura “invisível”
O candidato envia o curriculum, mas não responde a contactos telefónicos, SMS/WhatsApp/emails para agendar entrevista. - Entrevistas marcadas… mas não realizadas
Entusiasmo na entrevista, ausência no primeiro dia O candidato demonstra motivação durante a seleção, mas não chega a iniciar funções. - Entusiasmo na entrevista, ausência no primeiro dia
O candidato demonstra motivação durante a seleção, mas não chega a iniciar funções. - Entrada seguida de saída precoce
Saídas voluntárias nos primeiros meses, muitas vezes sem aviso prévio, obrigando à redistribuição imediata de tarefas críticas. - Impacto interno e externo
- Quebra de produtividade e sobrecarga das equipas existentes.
- Custos acrescidos com novo recrutamento e formação.
- Risco de falhas no atendimento e menor satisfação dos pacientes.
Um fenómeno com expressão europeia e impacto real em Portugal
Este cenário não é exclusivo do setor da saúde, nem de Portugal, mas aqui tem consequências particularmente graves:
- 93 % dos jovens da Geração Z (18–24 anos) no Reino Unido já faltaram a entrevistas sem aviso prévio e 87 % desistiram antes de iniciar funções (Indeed Hiring Lab, via FE News, 2024).
- Em Portugal, 52 % das empresas reportam dificuldades em reter jovens talentos e a rotatividade voluntária atinge 10,6 % (Mercer Portugal – Total Remuneration Survey 2023).
- Apenas 82,4 % dos recém-licenciados portugueses (20–34 anos, diploma obtido há menos de 3 anos) estão empregados, colocando o país abaixo da média europeia de 83,5 % (Eurostat, “Employment rates of recent graduates”, 2023; via Dinheiro Vivo, 14/07/2024).
Porque acontece
Segundo a experiência da Be.Great Pharma, as causas mais frequentes estão relacionadas com:
- Expectativas desalinhadas entre a função real e a perceção criada antes da contratação.
- Baixa resiliência para lidar com a pressão e a exigência da prática na área da saúde.
- Procura contínua por “algo melhor”, sem consolidar experiência no posto atual.
- Integração insuficiente, sem um processo estruturado de onboarding nem acompanhamento nos primeiros meses de trabalho.
O que líderes podem fazer para mudar o jogo
- Recrutar para além do curriculum
Avaliar motivação, valores e alinhamento com a cultura da farmácia, hospital ou clínica…. - Definir e alinhar expectativas
Mostrar a realidade da função, horários, exigências e impacto no paciente, antes de assinar contrato. - Investir num onboarding especializado
Planos de integração claros, com mentoria técnica e acompanhamento nas primeiras semanas. - Criar perspetiva e reconhecimento
Reconhecer desempenho não apenas com remuneração, mas com, oportunidades de desenvolvimento e evolução de carreira.
Talento retém-se com compromisso mútuo
A retenção no setor da saúde exige responsabilidade e compromisso mútuo:
- Do lado do profissional, disposição para aprender, crescer e enfrentar os desafios do dia a dia de trabalho.
- Do lado da organização, um ambiente que valorize o trabalho, reconheça o mérito e ofereça perspetiva de futuro dentro da organização.
Na Be.Great Pharma, ajudamos farmácias, clínicas, hospitais, indústria farmacêutica e empresas de saúde a atrair e reter profissionais que não só tenham as competências técnicas, mas também o compromisso necessário para garantir a excelência no serviço ao paciente.
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Fontes
- Indeed Hiring Lab, via FE News — “Job Ghosting is Rife” (2024).
- Mercer Portugal — Total Remuneration Survey 2023 (dados divulgados na imprensa especializada).
- Eurostat — “Employment rates of recent graduates” (2023), dados via Dinheiro